
Livro: Mamãe & Eu & Mamãe
Autora: Maya Angelou
Editora: Rosa dos Tempos
Rating: [rating=4]
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+ Exemplar cedido pela editora para resenha
Sinopse
Último livro publicado pela poeta e ativista, Maya Angelou, Mamãe & Eu & Mamãe descreve seu relacionamento conturbado com a mãe, a empresária Vivian “Lady” Baxter, com quem voltou a morar aos 13 anos, depois de dez sob os cuidados da avó paterna. É a jornada de uma mãe e filha em busca de reconciliação assim como uma reveladora narrativa de amor e cura.
“Conduzindo-nos a um portal no qual acessamos em profundidade temas como casamento, cuidado, família, maternidade, lazer e trabalho, tendo como pano de fundo os EUA da segregação racial e da luta por direitos civis, Mamãe & Eu & Mamãe é um clássico, representativo do universo no qual Mulheres Negras são do começo ao fim autoras, sujeitas e donas de suas próprias histórias.” – Giovana Xavier, Historiadora, Profa. Faculdade Educação UFRJ e coordenadora do Grupo Intelectuais Negras.
Capa & Diagramação
Essa capa não chama muita atenção mas gosto bastante do posicionamento do título e da fonte usada. O livro é fino e a gramatura das páginas mais grossa que o normal. A diagramação é bonita e proporciona uma leitura bem confortável.
Personagens, Enredo & Impressões gerais
Meu interesse em relação a esse livro nasceu quando, há bastante tempo, este livro foi objeto de leitura no Our Shared Shelf (o clube de leitura da Emma Watson no Goodreads). Eu sempre acompanho os livros indicados por lá porém nem sempre é fácil encontrá-los aqui no Brasil.
No caso de Mom & Me & Mom, que ainda não tinha sido traduzido para o português, eu me interessei e adicionei a obra na lista de livros que eu desejava ler. Antes disso, eu nunca tinha sequer ouvido falar Maya Angelou. Não quis pesquisar mais sobre ela até terminar a leitura pois queria, além de descobrir mais sobre a relação dela com a mãe dela, descobrir a Maya como um todo. Eu sabia que ela tinha sido alguém bem importante mas não tinha noção.
Quanto a sua fama e o seu sucesso o livro não esclarece muita coisa. Maya relata sobre os sentimentos de abandono durante sua infância após ser abandonada pela mãe, sua relação com o irmão Bailey e sua avó que viraram suas referências de família, relata como era ser uma mulher negra nos Estados Unidos nas décadas de 40 até 90 e, principalmente, sua relação com a mãe, que foi retomada na sua adolescência.
O sentimento de estranheza com os primeiros fatos narrados foi instantâneo para mim. Como eu disse antes, não queria pesquisar sobre ela antes da leitura e acabei julgando várias de suas ações sem me contextualizar. Ao decorrer da leitura, porém, tendo em mente como uma mulher, jovem e negra nos Estados Unidos pensaria e agiria, principalmente depois de um início de vida conturbado numa família desestruturada, todas as atitudes que me pareceram absurdas até então foram justificadas.
A partir do momento que comecei a internalizar isso pude mergulhar numa história de vida, dificuldades e de glórias completamente diferente (e diria até estranho) de tudo que eu já tive contato antes. Foi realmente como experimentar uma vida como eu nunca imaginei ser possível, tanto na sua vivência de minoria que tem que lutar para ter o que já é garantido às outras pessoas, como sua relação com sua mãe.
“Meu amor, estive pensando e agora tenho certeza. Você é a mulher mais especial que eu já conheci.”
A maior lição dessa leitura para mim foi a coragem dessas duas mulheres construindo novas relações, arriscando sua vida financeira, profissional e amorosa em ambientes tão inóspitos para elas. Ambas se arriscaram quando tudo indicava grandes possibilidades de fracasso e ambas se apoiavam de um jeito que foi essencial na vida das duas.
Maya e Vivian Baxter, sua mãe, se salvaram, se inspiraram, brigaram e se reconciliaram, se consolaram, se encorajaram, se amaram e se cuidaram durante o tempo que as duas tiveram juntas. A relação de mãe e filha que se iniciou de forma tão conturbada, teve um desenvolvimento e um desfecho de aquecer o coração. Não tem como não lembrar da história construída pelas duas e não se sentir empoderada e inspirada instantaneamente.
Pontos positivos: leitura rápida e inspiradora.
Pontos negativos: por vezes, Maya narra sua vida de maneira muito resumida e até um pouco fria.
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