Livro: O Espelho Secreto
Autora: M.J. Putney
Editora: Bertrand Brasil
Rating: [rating=2]
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+ Exemplar cedido pela editora para resenha


Sinopse

Aos 16 anos, Lady Victoria Mansfield, Tory, a caçula do conde e da condessa de Fairmount, tem por destino uma vida encantadora e uma gama de pretendentes à sua altura. Até que uma assustadora descoberta ameaça arruinar sua vida e denegrir o nome de sua família para sempre: seu sangue está contaminado… por magia. Quando um terrível acidente obriga Tory a revelar seus poderes mágicos, ela é imediatamente exilada para a Abadia de Lackland — um reformatório para jovens de sua posição social que também carregam o terrível dom da magia. O maior desejo da garota é ser curada, voltar para casa e, talvez, recuperar um pouco de sua vida despedaçada. Em vez disso, porém, a curiosidade e a atração pela magia levam a jovem a se unir a alunos rebeldes, que resolveram usar seus poderes mágicos para proteger a Inglaterra.


Capa & Diagramação

Adoro essa capa! Gosto da mistura entre as cores, a ilustração da personagem principal e da maneira como parece que o título brilha. A diagramação interna é bem simples e limpa.

Personagens, Enredo & Impressões gerais

O Espelho Secreto junta três temas que eu adoro: magia, história inglesa e ambiente escolar. Porém a prática da magia, da maneira como a autora decidiu abordar, limita a história a uma certa monotonia. O problema não é o estilo de magia que a autora resolveu desenvolver no livro (um estilo mais introspectivo e menos “mão na massa”) mas sim a maneira como ela escolheu explorá-la. Achei super legal a questão de a magia poder ser trabalhada em grupo e muitas vezes potencializadas por isso.

O universo criado Putney é bem interessante e tem um potencial enorme. A questão da proibição da magia combinada com o ambiente escolar desses jovens que ficam isolados de suas famílias poderia render inúmeras aventuras e uma trajetória de amadurecimento bem legal aos personagens.

A narrativa tem uma característica mais direta e pouco descritiva. O foco está sempre nas ações não explorando muito as camadas existentes por trás delas.

Mas eu sinceramente não acredito que por ser um livro juvenil ele deva ser pobre em complexidade. A construção dos personagens e a consolidação do enredo é bem simplista. Parece que a autora teve medo de mergulhar de cabeça nas propostas que ela tinha inicialmente.

“- A diferença entre um dom e uma maldição poder ser como você se sente a respeito dele. A maior parte dos magos sentem que os poderes enriquecem suas vidas, portanto, para eles, é um dom. Muitos invejariam suas habilidades.”

Infelizmente, os pontos-chaves do livro são um pouco previsíveis e os conflitos são resolvidos de forma bem simples. Achei que a construção do roteiro, a apresentação do universo e dos personagens, apresentação da problemática, desenvolvimento do conflito, ápice da história e sua resolução aconteceram de forma pouco orgânica. A todo momento eu percebia os “movimentos” que a autora queria fazer e adivinhava qual era a próxima “jogada”.

Eu diria que trata-se de literatura juvenil para o público que acaba de ingressar na faixa etária do público-alvo. O público que leu menos livros e não tem tanta experiência literária nesse estilo pode se beneficiar mais dessa leitura dos que os “macacos velhos” de literatura fantástica.

Pontos positivos: mistura um universo mágico e a história inglesa.
Pontos negativos: muito simplista e raso.

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Written by Evelyn
Gosto de cartões postais, livros e tenho um amor infinito por animais. Pretendo conhecer toda a Europa em breve e, às vezes, gosto de me aventurar na cozinha.