
Livro: O Segredo de Heap House
Autor: Edward Carey
Editora: Bertrand Brasil
Rating: [rating=4]
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+ Exemplar cedido pela editora para resenha
Sinopse
Um livro espetacularmente esquisito, cheio de magia, humor astuto e personagens melancólicos e bizarros.
Clod é um Iremonger. Ele vive nos Cúmulos, um vasto mar de itens perdidos e descartados coletados em Londres. No centro dos Cúmulos está Heap House, um quebra-cabeça de casas, castelos, cômodos e mistérios recuperados da cidade e transformados em um labirinto vivo de escadas e criaturas rastejantes. Uma tempestade está se formando sobre Heap House. Os Iremonger estão inquietos, e os objetos falantes estão gritando cada vez mais alto. Os segredos que mantêm a casa em pé começam a vir à tona para revelar uma verdade sombria capaz de destruir o mundo de Clod. Tudo, porém, começa a mudar quando ele encontra Lucy Pennant, uma órfã rebelde recém-chegada da cidade.
Capa & Diagramação
Todo o trabalho editorial desse livro é encantador! O tamanho do livro, as ilustrações e a capa são muito condizentes com o conteúdo.
Personagens, Enredo & Impressões gerais
Eu demorei bastante para ler esse livro simplesmente pelo fato de querer ler outras coisas no momento. Mas eu não sabia o que estava me esperando! O “clima” criado pela escrita de Edward Carey é uma delícia!
O estilo do livro me lembrou alguns livros do Neil Gaiman, principalmente O Oceano No Fim do Caminho. Carey sabe criar uma atmosfera de fantasia que faz com que tudo pareça fofinho, mágico e macabro ao mesmo tempo. O autor também utiliza de bastante humor negro e ironia o que me faz lembrar um pouco de alguns livros do Lemony Snicket. Tem como dar errado?! A capa traz uma indicação ressaltando que o livro é “uma encantadora mistura de Charles Dickens com Lemony Snicket”, mas como eu ainda não li Charles Dickens (shame on me!) fiz a correlação Gaiman e Snicket.
Na mansão Heap House, todos os moradores recebem um objeto quando nascem e a partir daí suas vidas são atreladas ao objeto para sempre. Clod, um garoto de 15 anos, nosso personagem principal, recebe um tampão de ralos. Como o objeto deve ser matido por perto o tempo inteiro, Clod usa seu tempão com uma corrente, como os relógios de antigamente. Alguns outros personagens não são tão sortudos com seus objetos. Uma maçaneta velha e um fórceps são alguns dos exemplos menos felizes. Além de ter adorado o Clod amei as situações criadas pela sua habilidade de ouvir os objetos falando nomes.
“Recolhemos e amamos, com grande paixão, enferrujado e esgarçado, fedorento, feio, venenoso, inútil, descartado. Não há amor maior do que o dos Iremonger pelas coisas rejeitadas.”
O casarão é um personagem aparte. Heap House é a propriedade da família “sangue-puro” Iremonger e abriga muitos personagens que são retratados em ilustrações (um pouco) macabras ao longo da leitura. Além disso, não pude deixar de perceber várias críticas implícitas como disparidade social e consumismo material. Esses questionamento Vêm em segundo plano e não são abordados diretamente em nenhum momento.
Carregando crítica, ironia, humor negro e fantasia o livro é permeado por um sentimento melancólico retratado pela solidão e exclusão. Ainda assim, a atmosfera infanto juvenil não deixa que o livro fique muito pesado e traz uma mistura perfeita para quem gosta de livros do gênero.
Pontos positivos: livros para todas as idades, ótimo para quem gosta de fantasia e humor levemente macabro.
Pontos negativos: não indicaria se você não curte Neil Gaiman ou Lemony Snicket.
Já quero esse livro para a minha biblioteca…achei as ilustrações super interessantes
Dani Ramos
http://www.donaengenhosa.com.br
É fofo e macabro ao mesmo tempo. Eu fico confusa hahaha!
Gostei muito da resenha! Só pela capa eu já compraria esse livro! ahahaha Adoro coisas levemente macabras também hahaha
Beijos!
Eu também compraria facilmente pela capa!