Resenha: A Cor do Leite

Livro: A Cor do Leite
Autor: Nell Leyshon
Editora: Bertrand Brasil
Rating: [rating=4]
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Sinopse
em 1831, uma menina de 15 anos decide escrever a própria história. mary tem a língua afiada, cabelos da cor do leite, tão brancos quanto sua pele, e leva uma vida dura, trabalhando com suas três irmãs na fazenda da família. seu pai é um homem severo, que se importa apenas com o lucro das plantações. contudo, quando é enviada, contra a sua vontade, ao presbitério para cuidar da esposa do pastor, mary comprovará que a vida podia ainda ser pior. sem o direito de tomar as decisões sobre sua vida, mary tem urgência em narrar a verdade sobre sua história, mas o tempo é escasso e tudo que lhe importa é que o leitor saiba os motivos de suas atitudes. a cor do leite apresenta a narrativa desesperada de uma menina ingênua e desesperançosa, mas extremamente perspicaz e prática. escrito em primeira pessoa e todo em letras minúsculas, o texto possui estrutura típica de quem ainda não tem o pleno controle da linguagem. a jovem narradora intercala a história com suas opiniões, considerados por alguns críticos os trechos mais angustiantes da obra.


Capa & Diagramação

Eu fiquei super interessada em ler a sinopse de “A Cor do Leite” pois a capa me chamou muita atenção. Amo as fotos ue dão só uma pista pra nossa imaginação mostrando a personagem de costas ou apenas parte do rosto por exemplo.

A obra como uma peça gráfica apaixonante pois a combinação da capa bonita, com o livro fino e acabamento emborrachado se encaixou muito bem. A diagramação do miolo é bem simples e as aberturas de capítulos trazem o título sozinho em uma página.
Resenha: A Cor do Leite

Personagens, Enredo & Impressões gerais

Um comentário constante meu nas resenhas é de que tal livro me surpreendeu, de que eu esperava algo totalmente diferente. Isso acontece pois, ao ver a capa e ler a sinopse, você forma uma ideia sobre o livro. Ao ter um livro em mãos você forma ainda mais ideias que muito provavelmente não se confirmarão quando você lê a obra de fato. E não adianta negar! Essa “ideia” ou “julgamento” que a gente cria de um livro (ou de qualquer outra coisa) sem antes conhecer acontece automaticamente na sua cabeça quer você queira ou não.

Julguei, pela sinopse, que o livro seria muito pesado pois tratava da inferioridade feminina na primeira metade do século XIX. E, poxa, a chances de o livro ser chocante e triste eram grandes. Porém a beleza do livro é exatamente o equlíbrio entre a sinceridade da personagem e a inocência da mesma. Esse fatores equilibraram os assuntos mais densos com uma das escritas mais delicadas que eu já li.

Resenha: A Cor do Leite

Mary é a filha mais nova de uma família que vive para trabalhar na fazenda. É ela inteligente, perspicaz, gentil mas não tem muita vivência. O livro é escrito em primeira pessoa e, como Mary aprendeu a ler e escrever pouco antes de escrever o livro ignora completamente as regras da língua. Seus relatos são todos em letras minúsculas e sem utilização de vírgulas. Os diálogos são todos indiretos e as palavras não são rebuscadas. Li alguns comentários de pessoas que se sentiram incomodadas com isso durante a leitura mas para mim foi muito natural e até torna a leitura mais rápida.

“o senhor não fica triste?, eu perguntei.
não por muito tempo.
nem eu, eu falei. tem umas vezes que eu tenho que ficar me lembrando que estou triste senão eu começo a ficar feliz de novo.”

Os capítulos são na verdade as estações do ano enquanto a história acontece e no início de cada livro ela repete os mesmo parágrafos porém a cada vez ela aumenta uma frase, dando ao leitor algumas informações do que aconteceu no final da história.

O final é surpreendente e melancólico! Fiquei chocada, alegre e com dor no coração, tudo junto!

Você vai gostar se: histórias curtas, o estilo Downton Abbey.
Não leia se não gosta de: vida rural. histórias sem aventura.
Ideias centrais: fazenda, século XIX

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Written by Evelyn
Gosto de cartões postais, livros e tenho um amor infinito por animais. Pretendo conhecer toda a Europa em breve e, às vezes, gosto de me aventurar na cozinha.