Livro: O Príncipe Cruel
Autoria: Holly Black
Tradução: Regiane Winarski
Editora: Galera Record
Rating: [rating=4]
Adicione à sua estante: Skoob | Goodreads
+ Exemplar cedido pela editora para resenha
Sinopse
Jude tinha 7 anos quando seus pais foram assassinados e foi forçada a viver no Reino das Fadas. Dez anos depois, tudo o que ela quer é ser como eles – lindos e imortais – e realmente pertencer ao Reino das Fadas, apesar de sua mortalidade. Mas muitos do povo das Fadas desprezam os humanos.
Especialmente o Príncipe Cardan, o filho mais jovem, mais bonito e mais cruel do Grande Rei. Para ganhar um lugar na Alta Corte, ela deve desafiá-lo… e enfrentar as consequências. Envolvida em intrigas e traições do palácio, Jude descobre sua própria capacidade para truques e derramamento de sangue.
Mas, com a ameaça de uma guerra civil e o Reino das Fadas por um fio, Jude precisará arriscar sua vida em uma perigosa aliança para salvar suas irmãs, e o próprio Reino. Com personagens únicos, reviravoltas inesperadas, e uma traição de tirar o fôlego, este livro vai deixar o leitor pedindo bis – querendo mergulhar de cabeça na continuação deste universo.
Capa & Diagramação
Fico feliz que a editora tenha optado por conservar a capa original. Acho a ilustração e a mistura de elementos elegante e fogem do comum. A diagramação interna não traz nada muito diferente mas proporciona uma leitura confortável.
Personagens, Enredo & Impressões gerais
Eu estava com saudade de ler fantasia e O Príncipe Cruel acabou me surpreendendo de várias maneiras. De início, eu achei que a protagonista seria Vivi, que era feérica mas vivia no mundo humano. Achei que o enredo teria uma solução mais clichê e que ela desenvolveria todo o seu potencial no mundo fantasioso.
Ao contrário do que eu imaginei, quem se destaca e ganha o foco da estória é Jude, uma humana que tem que aprender a viver no mundo feérico, a desviar de todas as armadilhas que esse mundo proporciona para a ela. Jude e sua irmã gêmea têm que se esforçar muito mais que qualquer pessoa da Corte de Faerie para sobreviver.
“O que eles não sabem é que sim, eles me dão medo, mas eu sempre senti medo, desde o dia em que cheguei aqui. Fui criada pelo homem que assassinou meus pais, cresci em uma terra de monstros. Convivo com este medo, deixo que se assente nos meus ossos e o ignoro.”
A irmã de Jude aceita o lugar que a sociedade feérica a coloca sem muitos questionamentos. Jude, porém, é do tipo que quer ser tratada de forma igual, quer conquistar seu lugar naquele mundo e não se conforma com qualquer coisa.
Ela acaba se colocando em perigo ao desafiar filhos de nobres que praticavam bullying com ela e sua irmã, e posteriormente, entra até em um esquema de espionagem. Adorei a personagem destemida e obstinada criada para esta estória. Ela luta e faz coisas que nunca achou que conseguiria para chegar aonde quer. As questões pessoais e os conflitos de consciência conferem uma certa realidade ao enredo.
O único aspecto da leitura que me trouxe incômodo foram algumas soluções muitos simples elaboradas pela autora que justificavam uma adolescente conseguir burlar a família para sair de casa, passar muitas horas fora, em horários suspeitos, sem dar explicações.
Tal fator, no entanto, não estraga a experiência de leitura que além de nos apresentar uma personagem forte e real, nos traz uma bela reviravolta no final. Tudo foi muito bem arquitetado e, pelo menos para mim, não foi previsível. É uma leitura adolescente mas que adultos podem ler tranquilamente sem se incomodar.
Pontos positivos: supera as expectativas, possui reviravoltas surpreendentes e personagens bem construídos.
Pontos negativos: algumas soluções bem cômodas foram plantadas pela autora para facilitar a resolução de alguns problemas.