Livro: Quando Tudo Volta
Autora: John Corey Whaley
Editora: Novo Conceito
Rating: [rating=5]
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Sinopse
Uma morte por overdose. Um fanático estudioso da Bíblia. Um pássaro lendário. Pesadelos com zumbis. Coisas tão diferentes podem habitar a vida de uma única pessoa? Cullen Witter leva uma vida sem graça. Trabalha em uma lanchonete, tenta compreender as garotas e não é lá muito sociável. Seu irmão, Gabriel, de 15 anos, costuma ser o centro das atenções por onde passa. Mas Cullen não tem ciúmes dele. Na verdade, ele é o seu maior admirador. O desaparecimento (ou fuga?) de Gabriel fica em segundo plano diante da nova mania da cidade: o pica-pau Lázaro, que todos pensavam estar extinto e que resolveu, aparentemente, ressuscitar por aquelas bandas. Em meio a uma cidade eufórica por causa de um pássaro que talvez nem exista de verdade, Cullen sofre com a falta do irmão e deseja, mais que tudo, que os seus sonhos se tornem realidade. E bem rápido.
Capa & Diagramação
No final do ano passado a Novo Conceito me enviou várias posteres com os próximos lançamentos da editora. Foi nesse momento que tive o primeiro contato com a capa do livro e, foi também nesse momento, que fiquei super ansiosa por lê-lo. A capa chamou muito minha atenção e o título instigou profundamente minha curiosidade.
A simplicidade da capa é o que mais me atrai e a harmonia das cores, área de respiro e fonte ficaram perfeitas. Vi algumas pessoas falando que a capa tinha ficado muito parecida com a capa de A Culpa é das Estrelas. Eu discordo, pois a simples utilização das mesmas cores pode nos fazer lembrar de outra capa mas não faz dela muito parecida uma com a outra.
No mais, a diagramação é limpa com fonte, espaçamentos e margens confortáveis. Os pássaros na introdução de cada capítulo e nas bordas das páginas dão um toque muito fofo, totalmente condizente com a histórias e sem exageros.
Personagens, Enredo & Impressões gerais
Esse é mais um daqueles livros que contam histórias separadas que acabam se entrelaçando em algum momento. É uma tendência que está sendo bastante usada na literatura e no cinema, que, quando bem feita, sempre gera supresas. No caso de Quanto Tudo Volta, esse recurso foi utilizado de maneira que você acha impossível as histórias se conectarem e, por isso, a surpresa é maior e muito gostosa de ser descoberta.
John Corey acaba criando uma teia de histórias bem detalhadas para vários personagens. Ao ler sobre alguém na visão e no contexto de um outro personagem te faz ter uma ideia sobre o primeiro. Porém, nos capítulos seguintes o conceito sobre tal personagem muda totalmente uma vez que você entende o passado e as razões pelas quais eles agem e pensam do jeito que fazem. É tudo uma questão de perspectiva e compreensão para com as motivações alheias.
“Por ter 17 anos e viver entediado em uma cidade pequena, gosto de fingir, às vezes, que sou pessimista. As coisas são como são e nada pode me tirar disso. A vida é horrível na maior parte do tempo. Tudo é uma droga. A escola é péssima. Você vai para a escola, trabalha por cinquenta anos e, então, morre. Mas não consigo manter isso por muito tempo, porque meu desejo natural de idealizar entra em cena.”
A narrativa é deliciosa de ler e eu digo isso em parte porque é bem escrita, fluida e possui uma constância equilibrada e em parte porque é exatamente o tipo de leitura que me agrada. Eu amo esses livros narrados por jovens adolescentes retratando as transformações dessa fase, superação (ou não) de desavenças familiares, tragédias, com traços de humor e ingenuidade. Me lembra um pouco Submarino, Seis Coisas Impossíveis e As Vantagens de Ser Invisível (todos esses livros são meus queridinhos!). Todos eles têm como condutor da história jovens rapazes extremamente cativantes sem fazer absolutamente nada por isso.
Sinto que o autor inseriu vários elementos simbólicos na histórica que o leitor que lê o livro pela primeira vez ou sem tanta atenção para esse tipo de coisa deixa passar. Eu mesma percebi a presença de várias simbologias que precisam ser entendidas e decifradas mas não consegui identificá-las. Isso me deixou com a “pulga atrás da orelha” e com vontade de reler e conversar sobre o livro.
Você vai gostar se: gosta de histórias de crescimento, humor rápido e leve, se gostou de Seis Coisas Impossíveis.
Não leia se não gosta de: livros sem momentos de picos e grandes emoções.
Ideias centrais: adolescência, cidade de interior, histórias coming of age.